Isso Tudo

neste mundo alfarrábico, veja só, às vezes - e só às vezes - um "há" me dá na sede beber um chá: nada na vida tem relação com a morte, a não ser que seja, claro, a própria morte, que está sempre por aí, imóvel, e um dia cospem na cara: finalmente, o sujeito indeterminado - não oculto, ainda menos o subjuntivo: indeterminado, isso tudo - mas afinal quem é que disse o que é que é tudo e se isso tudo deveras existe? há um velho livro que diz, me dizem para apaziguar minha não menos antiga dúvida: de antigo para antiga quem é que vence e quem é que é posto como o mequetrefe dos mequetrefes - o chefe? me deixem em paz para poder eu buscar a paz que eu bem ouvi latindo do outro lado do muro, ou miando, ou rezando, vá lá, vá. estou indo, estou indo, até porque ficar eu não posso: inventaram um tal de tempo para me empurrar e um tal de espaço para me situar - sempre atrás e embaixo de alguém, seja um milionário, um artista, um garanhão, um governante, o pai, a mãe, o filho ou o espírito santo de deus: esta escada eu é que foi quem não pediu, me deram junto com o chocoalho e um pedaço de carne-com-hormônio e um gole de coca-cola: isso sim deveria ser crime fazer isso às crianças e piormente aos bebês: aos bebês! mal sabem eles o abecedeário já experimentam os dessabores que o seu paladar nasceu disposto a sentir pelo próprio fato de ter nascido: mera ilusão: pernas, para que te querem? não sei, mas eu sempre preferi seguir meu caminho pelos planos, altiplanos dentro da minha preferência altitúdica, presente do espaço; mas vejam como são: sempre seguir, seguir, ser boi para depois ser mastigado por um neném que não tem sequer seus dentes-de-leite e mal sabe o mal que faço a sua frágil digestão: eu, uma vítima da ignorância de ser... de ser-se: tudo ou nada: agora ou nunca.