”Quem não for cavaleiro, que o pareça”

Veja só que para fingir direito que eu sei francês, que aliás não sei, até inclusive traduzi um poema - uma tradução a mais livre, mas está decidido que vale:

L'ENNEMI

Ma jeunesse ne fut qu'un ténébreux orage,
Traversé ça et là par de brillants soleils;
Le tonnerre et la pluie ont fait un tel ravage,
Qu'il reste en mon jardin bien peu de fruits vermeils.

Voilà que j'ai touché l'automne des idées,
Et qu'il faut employer la pelle et les râteaux
Pour rassembler à neuf les terres inondées,
Où l'eau creuse des trous grands comme des tombeaux.

Et qui sait si les fleurs nouvelles que je rêve
Trouveront dans ce sol lavé comme una grève
Le mystique aliment qui ferait leur vigueur?

- O douleur! ô douleur! Le Temps mange la vie,
Et l'obscur Ennemi qui nous ronge le caeur
Du sang que nous perdons croît et se fortifie!

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o inimigo

o tempo é uma máquina corrediça
que vai deslizando em traçados trilhos
num ritmo próprio e sem empecilhos
para fazer da vida uma carniça.

se na juventude ele nos atiça,
nos faz viver o mundo com mais brilho,
na velhice nos obriga a pedi-lo
que mude seu passo e faça justiça.

e se no fim a mão que lhe afagou
for lhe condenar à solidão e ao pranto
mostre que o tempo não lhe tirou o encanto

vivendo os momentos que não sonhou
viver quando era somente futuro
o tempo morto de viver seguro.